Especialista afirma que ter um planejamento financeiro é a chave para não passar apertos ao longo do ano
Cerca de 68,62 milhões de brasileiros estão inadimplentes, o que representa 41,51% da população adulta do país. Os dados são da pesquisa realizada pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC), de novembro do ano passado. Para além das questões econômicas, tais dados evidenciam o grande desafio de grande parte da população em adequar suas despesas às receitas recebidas, independentemente dos valores.
A falta de planejamento financeiro está entre as diversas razões para o endividamento da população. Segundo Daniel Oliveira, analista de Produtos de Renda Fixa do Banco Mercantil, se estruturar financeiramente consiste em um conjunto de medidas que auxiliam na organização de cada indivíduo, possibilitando uma administração eficiente e sustentável de suas finanças. “O planejamento financeiro permite definir e atingir metas pessoais e realização de sonhos, como uma viagem de férias, a aquisição de um imóvel, o investimento em um novo negócio, a aposentadoria ou a independência financeira no médio e longo prazo”, destaca.
O especialista listou algumas dicas para elaborar e executar um bom planejamento financeiro para passar 2025 no azul:
● Controle de finanças pessoais: uma boa prática é realizar o agrupamento de todas as fontes de receitas como salário, aluguel, pró-labore, dividendos entre outros. Em seguida, fazer anotações diárias sobre todas as entradas e saídas. Além de garantir maior controle, essa prática contribui para um diagnóstico mais preciso da situação financeira. Assim é possível perceber quais são os pontos fracos e fortes das finanças, reorganizar gastos e cortar despesas desnecessárias.
● Defina e reveja suas metas periodicamente: elaborar metas é fundamental, uma vez que é possível tornar os resultados mais palpáveis e verificar se a estratégia está, ou não, gerando os efeitos esperados. Nesse sentido, as metas devem ser seguidas e verificadas periodicamente. Em determinados casos, alguns ajustes podem ser necessários e as metas devem ser revisadas.
● Gaste menos do que você recebe: a principal regra é sempre gastar menos do que se ganha. Com esta conduta disciplinada, a pessoa consegue gerar um excedente para começar a poupar. Essa prática permite estar preparado para imprevistos como acidentes, uma obra emergencial, desemprego e até em situações de uma doença grave. Além de não precisar recorrer a empréstimos, o ato de começar a poupar é peça chave para o passo seguinte.
● Invista: ainda que tenha pouco recurso, é fundamental realizar algum investimento. De pouco em pouco, todos os meses o dinheiro vai render e a tendência é que haja bons resultados mais adiante.
● Pensar no futuro: viver intensamente, com foco e realizações de curto prazo, acaba sendo a prática de muita gente. No entanto, pensar somente no presente pode ser uma prática nociva à saúde financeira. É preciso também pensar no futuro. As pessoas devem estabelecer um padrão de vida que esteja comportado dentro de sua realidade e seu orçamento.
Para quem começou o ano com dívidas e o bolso vazio, Daniel recomenda utilizar esse período como uma oportunidade de reorganizar as finanças, garantindo condições para suprir as necessidades cotidianas de curto prazo com segurança e tranquilidade. “Uma medida corriqueira é recorrer a mais formas de crédito em busca de uma solução para as dívidas que vão se acumulando. No entanto, isso pode agravar ainda mais a situação”, salienta o especialista. Ao invés disso, outras providências podem ser tomadas como cortar gastos desnecessários, quitar primeiro as dívidas maiores e com juros altos, negociar com credores uma forma para saldar os débitos, buscar uma renda extra, entre outros.
Planejamento financeiro para a população 50+
Uma das grandes preocupações das pessoas ao chegarem aos 50 anos ou mais, está relacionada à manutenção da qualidade de vida e ao aparecimento de eventuais imprevistos financeiros. “É necessário ter o hábito de formar uma reserva de emergência, para que possam reestruturar a vida por um curto espaço de tempo, até que a rotina financeira se restabeleça e volte ao padrão normal”, destaca Daniel. Além disso, o analista recomenda revisitar de forma constante o orçamento, reavaliar metas, recompor a reserva de emergência e ajustar despesas e receitas para ampliar a capacidade de investimentos. “Essas medidas são essenciais para garantir a segurança, estabilidade e independência financeira no futuro”, finaliza.